Saturday, December 28, 2019

OS QUATRO GRANDES ÚLTIMOS GOVERNOS MUNDIAIS - A REVELAÇÃO PROFÉTICA DE DANIEL E O GOVERNO DO ANTI CRISTO - XIII

O SONHO DA ESTÁTUA COM PERNAS DE FERRO E O QUARTO ANIMAL DA VISÃO DO PROFETA DANIEL-II

A curiosidade demonstrada por Daniel fica evidente quando ele pergunta a alguém sobre quem ou o que seria esse quarto animal que ele estava vendo, e como resposta ouve que seria um quarto reino o qual dominaria o mundo com muita força e violência, destruindo tudo a sua volta. E a história em plena concordância com a Bíblia nos mostra que esse quarto, dos quatro últimos governos mundiais foi o Império Romano. 
Eu procurei coletar o maior número de informações possíveis acerca da formação desse império que já começou com uma mudança de regime muito interessante pois SAIU DE UMA REPÚBLICA para se tornar um império.




Império Romano

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Império Romano
Senatus Populusque Romanus 
Imperium Romanum [nt 1]

27 a.C.  395 d.C. [nt 2] 

Escudo
Escudo
Lema nacionalSenado e Povo de Roma
Roman Empire Trajan 117AD.png
Extensão máxima do Império Romano em 117, sob Trajano
Região
Capitais
Países atuais

Língua oficial
Religião
Moeda

Forma de governo
Imperador
• 27 a.C.–14 d.C.Augusto (primeiro) 
• 378–395Teodósio I (último) 
Legislatura
• PrincipadoAté 285 
• Dominato285–395 

Período históricoAntiguidade Clássica
• 16 de janeiro de  27 a.C.Reino de Augusto
• 235-285Crise do século III
• 285–324Tetrarquia
• 330Capital transferida para Constantinopla
• 17 de janeiro de  395 d.C. [nt 2]Morte de Teodósio I

Área
 • 25 a.C.[5][6]2 750 000 km²
 • 50[5]4 200 000 km²
 • 117[5]6 500 000 km²
 • 390[5]4 400 000 km²

População
 • 25 a.C.[5][6]56 800 000  (est.)
     dens. pop.20,7 hab./km²
 • 117[5]88 000 000  (est.)
     dens. pop.13,5 hab./km²
O Império Romano (em latim: Imperium Romanum[nt 3]) foi o período pós-republicano da antiga civilização romana, caracterizado por uma forma de governo autocráticaliderada por um imperador e por extensas possessões territoriais em volta do mar Mediterrâneo na Europa, África e Ásia. A república que o antecedeu ao longo de cinco séculos encontrava-se numa situação de elevada instabilidade, na sequência de diversas guerras civis e conflitos políticos, durante os quais Júlio César foi nomeado ditadorperpétuo e assassinado em 44 a.C. As guerras civis culminaram na vitória de Otávio, filho adotivo de César, sobre Marco António e Cleópatra na batalha de Áccio em 31 a.C. Detentor de uma autoridade inquestionável, em 27 a.C. o senado romano atribuiu a Otávio poderes absolutos e o novo título Augusto, assinalando desta forma o fim da república.
O período imperial prolongou-se por cerca de 500 anos. Os primeiros dois séculos foram marcados por um período de prosperidade e estabilidade política sem precedentes denominado Pax Romana. Na sequência da vitória de Augusto e da posterior anexação do Egito, a dimensão do império aumentou consideravelmente. Após o assassinato de Calígula em 41 d.C., o senado considerou restaurar a república, o que levou a guarda pretoriana a proclamar Cláudio imperador. Durante este período, assistiu-se ao maior alargamento do império desde a época de Augusto. Após o suicídio de Nero em 68, teve início um breve período de guerra civil, durante o qual foram proclamados imperadores quatro generais. Em 69, Vespasiano triunfou sobre os restantes, estabelecendo a dinastia flaviana. O seu filho, Tito, inaugurou o Coliseu de Roma, pouco após a erupção do Vesúvio. Após o assassinato de Domiciano, o senado nomeou o primeiro dos cinco bons imperadores, período durante o qual o império atingiu o seu apogeu territorial no reinado de Trajano.
O assassinato de Cómodo em 192 desencadeou um período de conflito e declínio denominado ano dos cinco imperadores, do qual Septímio Severo saiu triunfante. O assassinato de Alexandre Severo, em 235, levou à crise do terceiro século, durante a qual o senado proclamou 26 imperadores ao longo de cinquenta anos. A imposição de uma Tetrarquia proporcionou um breve período de estabilidade, embora no final tenha desencadeado uma guerra civil que só terminou com o triunfo de Constantino em relação aos rivais. Agora único governante do império, Constantino mudou a capital para Bizâncio, rebatizada Constantinopla em sua honra, a qual permaneceu capital do oriente até 1453. Constantino também adotou o cristianismo, que mais tarde se tornaria a religião oficial do império. A seguir à morte de Teodósio, o domínio imperial entrou em declínio como consequência de abusos de poder, guerras civis, migrações e invasões bárbaras, reformas militares e depressão económica. A deposição de Rómulo Augusto por Odoacro é o evento geralmente aceite para assinalar o fim do império ocidental. No entanto, o Império Romano do Oriente prolongou-se por mais um milénio, tendo sido conquistado pelo Império Otomano em 1453.
O Império Romano foi uma das mais fortes potências económicas, políticas e militares do seu tempo. Foi o maior império da antiguidade Clássica e um dos maiores da História. No apogeu da sua extensão territorial exercia autoridade sobre mais de cinco milhões de quilómetros quadrados e uma população de mais de 70 milhões de pessoas, à época 21% da população mundial. A longevidade e extensão do império proporcionaram uma vasta influência na língua, cultura, religião, técnicas, arquitetura, filosofia, lei e formas de governo dos estados que lhe sucederam. Ao longo da Idade Média foram feitas diversas tentativas de estabelecer sucessores do Império Romano, entre as quais o Império Latino e o Sacro Império Romano-Germânico. A expansão colonial europeia, entre os séculos XV e XX, difundiu a cultura romana a uma escala mundial, desempenhando um papel significativo na construção do mundo contemporâneo.

História


A expansão romana teve início no século VI a.C., pouco após a fundação da república. No entanto, só no século III a.C. é que Roma iniciou a anexação de províncias fora da península itálica, quatro séculos antes de alcançar a sua maior extensão territorial e, nesse sentido, constituía já um "império", apesar de ainda ser governado enquanto república.[12][13][14] A República Romana não era um estado-nação no sentido contemporâneo do termo, mas antes uma rede de cidades, cada uma com diferente grau de autonomia em relação ao senado romano. As províncias republicanas eram administradas por antigos cônsules e pretores, eleitos para um mandato de um ano.[15] O poder militar dos cônsules tinha como base a noção jurídica de imperium, ou comando militar.[16] Ocasionalmente, os cônsules bem-sucedidos eram agraciados com o título imperator (comandante), o qual está na origem do termo "imperador".[17]

Augusto e transição da república para o império


Augusto, o primeiro imperador, na estátua da Prima Porta. O imperador era a máxima autoridade política e religiosa do império
A partir do final do século II a.C., ao mesmo tempo que Roma vivia uma série de conflitos internos, conspirações e guerras civis, a sua influência alargou-se para além de Itália. O século I a.C. foi um período de instabilidade, marcado por diversas revoltas políticas e militares que abriram caminho para a implementação de um regime imperial.[18][19][20] Em 44 a.C., Júlio César foi aclamado ditador perpétuo antes de ser assassinado.[21] No ano seguinte, Otávio (futuro Augusto), sobrinho-neto e filho adotivo de César e um dos mais destacados generais republicanos, tornou-se um dos três membros do Segundo Triunvirato — uma aliança política com Lépido e Marco António.[22] A divisão do império entre António e Otávio foi efémera. As tensões entre ambos no período que se seguiu à Batalha de Filipos (42 a.C.) levaram à dissolução do triunvirato em 32 a.C. e ao confronto na Batalha de Áccio (31 a.C.), da qual Marco António e a rainha Cleópatra saíram derrotados. O subsequente confronto em Alexandria (30 a.C.) proporcionou a anexação do Reino Ptolemaico por Otávio.[21]

Principado


Em 27 a.C., o Senado e Povo de Roma proclamaram Otaviano príncipe (em latim: princeps; transl.: lit. "primeiro [cidadão]") com imperium proconsular e o título Augusto (em latim: augustus , lit. "o venerado"). Este evento assinala o início do Principado, a primeira época do período imperial entre 27 a.C. e 284 d.C. O governo de Augusto pôs fim a um século de guerra civil, dando início a uma época sem precedentes de estabilidade social, prosperidade económica e Pax Romana ("paz romana"), que se prolongou durante os dois séculos seguintes. As revoltas nas províncias eram pouco frequentes e rapidamente controladas.[23] Sendo agora o único governador de Roma, Augusto iniciou uma série de reformas militares, políticas e económicas em larga escala. O senado atribuiu-lhe o poder de nomear os próprios senadores e autoridade sobre os governadores de província, criando de facto o cargo que mais tarde seria denominado imperador.[24]
Augusto implementou princípios de sucessão dinástica, sendo sucedido na dinastia júlio-claudiana por Tibério (r. 14–37), Calígula (r. 37–41), Cláudio (r. 41–54) e Nero (r. 54–68). Por 54, Roma foi assolada por um Grande incêndio e por 68, Nero suicidou-se sem deixar sucessores. Em 69 d.C., durante o ano dos quatro imperadores, Vespasiano (r. 69–79) ascendeu ao poder e fundou a efémera dinastia flaviana, muito lembrada pela construção do Coliseu, sucedida pela dinastia nerva-antonina e da qual fizeram parte os imperadores Nerva (r. 96–98), Trajano (r. 98–117), Adriano (r. 117–138), Antonino Pio (r. 138–161) e Marco Aurélio (r. 161–180). Em 212, durante o reinado de Caracala (r. 211–217), foi concedida cidadania romana a todos os cidadãos livres do império. Mas apesar deste gesto de universalidade, a dinastia severa foi marcada por vários tumultos ao longo da crise do terceiro século, uma época de invasões, agitação social, dificuldades económicas e peste. No contexto da periodização da História, esta crise é geralmente considerada o momento de transição entre a Antiguidade Clássica e a Antiguidade Tardia.[25]

Dominato

Maquete de Roma durante o reinado de Constantino (306-337)
Divisão do império após a morte de Teodósio I, em 395, sobreposta às fronteiras modernas.
Diocleciano (r. 284–305) renunciou ao papel de príncipe e adotou o título domine (mestre ou lorde), marcando a transição do principado para o dominato — um estado de monarquia absoluta que se prolongaria desde 284 até à queda do Império Romano do Ocidente em 476.[26] Diocleciano impediu o colapso do império, embora o seu reinado tenha sido marcado pela perseguição ao cristianismo. Durante o seu reinado, o império foi dividido numa Tetrarquia de quatro regiões, cada uma governada por um imperador distinto.[27] Em 313, a tetrarquia entrou em colapso. Após uma série de guerras de sucessão, Constantino (r. 306–337) emergiu como único imperador e o primeiro a converter-se ao cristianismo, estabelecendo Constantinopla como capital do Império do Oriente. Ao longo das dinastias constantina e valentiniana, o império encontrava-se dividido numa metade ocidental e outra oriental, sendo o poder partilhado por Roma e por Constantinopla. A sucessão de imperadores cristãos foi brevemente interrompida por Juliano (r. 361–363), que tentou restaurar as religiões romana e helenística. Teodósio I (r. 378–395), o último imperador a governar o império oriental e ocidental, morreu em 395, após ter decretado o cristianismo a religião oficial do império.[28]

Fragmentação e declínio

A partir do início do século V o Império Romano começou a fragmentar-se, uma vez que o elevado número de migrações dos povos germânicos era superior à capacidade do império em assimilar os migrantes. Embora o exército romano fosse eficaz a repelir os invasores, o mais notável dos quais Átila, o Huno (r. 434–453), o império tinha assimilado de tal forma povos germânicos com lealdade duvidosa a Roma que o império se começou a desmembrar a partir de si próprio. A maior parte dos historiadores data a Queda do Império Romano do Ocidente em 476, ano em que Rómulo Augusto (r. 475–476) foi deposto pelo líder hérulo Odoacro (r. 476–493).[29] No entanto, em vez de assumir para si o título de imperador, Odoacro submeteu-se ao domínio do Império Romano do Oriente, terminando assim a linha de imperadores ocidentais. Ao longo do século seguinte, o império oriental, conhecido atualmente como Império Bizantino,[nt 4] foi perdendo progressivamente o domínio da parte ocidental. O Império Bizantino terminou em 1453, com a morte de Constantino XI (r. 1449–1453) e a conquista de Constantinopla pelo Império Otomano.[30]

Geografia e demografia

A muralha de Adriano no norte de Inglaterra, que dividia o império romano da constante ameaça dos bárbaros, é o principal testemunho sobrevivente da política de consolidação do território e controlo de fronteiras.[31]
O Império Romano foi um dos maiores da História e dominava uma extensão territorial contínua ao longo da Europa, Norte de África e Médio Oriente,[32] desde a muralha de Adriano na chuvosa Inglaterra até às margens soalheiras do rio Eufrates na Síria, desde as planícies férteis da Europa Central até às luxuriantes margens do vale do Nilo no Egito.[33] A noção de imperium sine fine ("império sem fim") manifestava a ideologia romana de que o seu império não era limitado no espaço e no tempo.[34] A maior parte da expansão romana ocorreu durante a república, embora algumas partes do norte e centro da Europa tenham sido conquistadas no século I d.C., período que corresponde à consolidação do poder romano nas províncias.[35] A Res Gestae, narrativa das conquistas de Augusto, destacava o número de povos e regiões do império.[36] A administração imperial realizava frequentemente censos e mantinha registos geográficos meticulosos.[37]
O império atingiu a sua maior extensão territorial durante o reinado de Trajano (r. 98–117),[38] correspondente a uma área de cerca de cinco milhões de quilómetros quadrados e atualmente repartida por quarenta países.[39] A população deste período é tradicionalmente estimada entre 55 e 60 milhões de habitantes,[33] o que correspondia a entre 1/6 e 1/4 da população mundial[40] e à maior população de qualquer unidade política do Ocidente até meados do século XIX.[41] No entanto, estudos mais recentes têm estimado um pico demográfico entre 70 e 100 milhões de habitantes.[42] Cada uma das três maiores cidades do império — Roma, Alexandria e Antioquia — tinham o dobro do tamanho de qualquer cidade europeia durante o início do século XVII.[43] Adriano, o sucessor de Trajano, abandonou a política expansionista e optou por uma política de consolidação do território, definindo, fortificando e patrulhando as regiões de fronteira.[44]

Língua

A língua dos romanos era o latim, que Virgílio destacou como fonte da unidade e tradição romanas.[45] Embora o latim fosse a língua corrente nos tribunais e administração pública no Império do Ocidente e no exército de todo o império, não era imposto de forma oficial aos povos sob domínio romano.[46] Ao conquistar novos territórios, os romanos preservavam as tradições e línguas locais, introduzindo gradualmente o latim através da administração pública e documentos oficiais.[47] Esta política contrasta com a de Alexandre, o Grande, que impôs o grego helenístico como língua oficial do seu império.[48] Isto fez com que o grego antigo viesse a ser a língua franca da metade oriental do Império Romano, ao longo de todo o mediterrâneo oriental e da Ásia Menor.[49][50] No ocidente, o latim vulgar substituiu progressivamente as línguas celtas e itálicas, relativamente às quais partilha a mesma raiz indo-europeia, o que facilitou a sua adoção.[51]
Embora os imperadores júlio-claudianos incentivassem o uso de latim na realização de negócios oficiais em todo o império, o grego continuou a ser a língua literária entre a elite cultural romana, e a maior parte dos governantes era fluente em grego. Cláudio tentou limitar o uso de grego, chegando a revogar a cidadania para aqueles que não soubessem latim, embora no próprio senado houvesse embaixadores nativos em grego.[52] No Império do Oriente, as leis e os documentos oficiais eram regularmente traduzidos de latim para grego.[53] A utilização simultânea de ambas as línguas pode ser observada em inscrições bilingues em grego e latim.[54][55] Em 212, quando foi concedida cidadania a todos os homens livres do império, era esperado que os cidadãos que não soubessem latim adquirissem algumas noções básicas da língua.[56] No início do século V, Justiniano esforçou-se por promover o latim enquanto língua do Direito no oriente, embora o latim tenha perdido progressivamente influência e existência enquanto língua viva.[57]
A constante referência a intérpretes na literatura e nos documentos oficiais indica a vulgaridade e prevalência no Império Romano de uma grande quantidade de línguas locais. Os próprios juristas romanos preocupavam-se em assegurar que as leis e os juramentos eram corretamente traduzidos e compreendidos nas línguas locais, como a língua púnica, gaulesa, aramaica, ou ainda a língua copta, predominante no Egito, ou as línguas germânicas, predominantes nas regiões do Reno e do Danúbio.[58] Em algumas regiões, como na província de África, o púnico era usado em moedas e inscrições nos edifícios públicos, algumas bilingues com o latim. No entanto, a predominância do latim entre as elites e como língua oficial de documentos escritos comprometeu a continuidade de diversas línguas locais, uma vez que todas as culturas no interior do império eram de tradição predominantemente oral.[59]

Governo


Os três principais elementos do estado imperial romano foram o governo central, as forças armadas e os governos provinciais.[60] As forças militares impunham o domínio sobre um território através de campanhas militares. No entanto, depois de uma cidade ou povo assinarem tratados de cooperação, as missões militares convertiam-se em missões de policiamento, protegendo cidadãos romanos e, a partir de 212, todos os homens livres do império, os campos de cultivo e locais religiosos.[61] Sem recursos modernos de comunicação ou destruição em massa, os romanos não dispunham de capital humano suficiente para impor o seu domínio apenas através da força. Era necessária a cooperação com as elites locais para manter a ordem, recolher informações e cobrar impostos. Os romanos muitas vezes exploravam divisões políticas internas entre os povos assimilados, apoiando uma facção contra outra.[62][63] As comunidades que demonstrassem a sua lealdade perante Roma podiam manter as suas próprias leis, cobrar os seus próprios impostos e, em casos excecionais, estavam isentas dos impostos centrais. Os privilégios jurídicos e a relativa independência constituíam um incentivo a que fosse do interesse da população manter a sua reputação perante Roma.[64] Assim, o poder do governo central romano era limitado, embora eficiente no uso dos recursos disponíveis.[65]

Governo central

O imperador era a suprema autoridade religiosa e política do império, reservando para si competências que durante a república eram atribuição do senado, como o direito de declarar guerra, ratificar tratados e negociar com líderes estrangeiros.[66] A autoridade do imperador baseou-se na concentração dos poderes de vários cargos republicanos, entre os quais a inviolabilidade e autoridade sobre o poder civil dos tribunos da plebe, a autoridade sobre o exército dos procônsules e a autoridade dos censores para manipular a hierarquia da sociedade romana e controlar o senado.[67] Embora as funções do imperador tenham sido definidas durante o principado, ao longo do tempo o poder do imperador foi se afastando do modelo constitucional e aproximando-se progressivamente do modelo do despotismo característico do dominato.[68] A morte de um imperador provocava um período de incerteza e crise. A maior parte dos imperadores indicava o seu sucessor, geralmente um membro familiar chegado ou herdeiro adotivo. O novo imperador deveria garantir a lealdade do aparelho de estado para estabilizar o cenário político.[69]
Os imperadores da dinastia júlio-claudiana eram assistidos por um corpo informal de conselheiros, que incluía não só senadores e equestres, como também escravos e libertos de confiança.[70] Após o reinado de Nero, a influência deste conselho era vista com desconfiança e o consílio (consilium) passou a ser escolhido por indicação oficial.[71] Embora até ao fim da dinastia antonina os senadores assumissem o papel de destaque nas decisões políticas, a influência dos equestres no conselho foi aumentando progressivamente.[72] As mulheres da família do imperador intervinham frequentemente nas suas decisões.[73] Fora do seu círculo reservado, o acesso ao imperador tinha lugar durante uma recepção diária (salutatio), inspirada na tradição romana da homenagem diária dos clientes aos seus patronos, e durante a qual se realizavam no palácio cerimónias religiosas e banquetes públicos. Os cidadãos comuns sem acesso a estas recepções podiam manifestar-se em grupo durante os jogos realizados nos grandes recintos.[74] Por volta do século IV, à medida que os centros urbanos entravam em declínio, os imperadores cristãos tornaram-se figuras resguardadas do público, promulgando decretos generalistas e deixando de responder a petições individuais.[75]
O senado sobreviveu à restauração de Augusto e ao turbulento ano dos quatro imperadores, conservando durante o principado o prestígio político que detinha na república, embora não tivesse suficiente poder político para se opor à vontade do imperador.[76] Era o senado que legitimava o domínio do imperador, e o imperador necessitava da experiência dos senadores enquanto legados para as funções de generais, diplomatas e administradores.[76][69] O exército era a fonte pragmática do poder e autoridade do imperador. Os legionários eram pagos pelo tesouro imperial e todos os anos juravam lealdade ao imperador durante o sacramentum.[77] Nenhum imperador conseguia reinar sem o apoio da guarda pretoriana e das legiões, pelo que era comum o pagamento de um donativum para garantir o seu apoio. Em teoria, o senado era livre para escolher o novo imperador, embora na prática o fizesse de acordo com o desejo dos pretorianos.[69]

Economia


A economia do Império Romano tinha por base uma rede de economias regionais, na qual o Estado intervinha e regulava o comércio de forma a assegurar as suas próprias receitas.[175] A conquista de território permitiu a reorganização em larga escala do uso da terra, o que proporcionou a produção de excedentes agrícolas e uma progressiva divisão do trabalho, em particular no norte de África. Algumas cidades afirmavam-se como grandes centros regionais de determinada indústria ou atividade comercial e a escala das edificações em áreas urbanas indica uma indústria de construção plenamente desenvolvida. Os papiros revelam métodos de contabilidadecomplexos que sugerem elementos de racionalismo económico numa economia bastante monetizada.[176] Durante os séculos I e II as redes de estradas e transportes expandiram-se significativamente, ligando com rapidez as economias regionais. O crescimento económico, embora não seja comparável às economias modernas, foi superior à maioria das sociedades anteriores à industrialização.[177]

Moeda e banca


Valor das denominações
no período imperial[178]
CarinusAureus.jpg1 áureo de ouro = 25 denários
1 denário de prata = 4 sestércios
Caligula RIC 0033 heads.png1 sestércio de cobre-zinco = 4 asses
Dupondius-Didius Julianus-RIC 0012 (obverse).jpg1 dupôndio de bronze = 2 asses
1 asse de bronze = 4 quadrantes
A economia do Império Romano era universalmente monetizada. A normalização do dinheiro e das formas de pagamento em todo o império impulsionou o comércio e a integração económica das províncias.[179] Até ao século IV, a unidade monetária básica era o sestércio,[180] embora no início da dinastia severa também fosse usado o denáriode prata, que valia quatro sestércios.[181] A moeda de circulação corrente de menor valor era o asse de bronze, que valia um quarto de sestércio.[182] Os lingotes não eram considerados moeda e eram usados apenas em negócios nas regiões fronteiriças. Os romanos dos séculos I e II contavam as moedas, em vez de as pesar, o que indica que o valor da moeda era atribuído em função do seu valor fiduciário, e não do valor do metal.[183]
Roma não tinha banco central, pelo que a regulação do sistema bancário era mínima. As reservas dos bancos da Antiguidade Clássica geralmente eram inferiores ao total dos depósitos dos clientes. A maior parte dos bancos só tinha uma agência, embora alguns dos maiores tivessem até quinze balcões.[183] Um banqueiro comercial chamado argentário (argentarius) recebia e mantinha os depósitos durante um prazo indefinido ou a termo, realizando empréstimos a terceiros.[184] O detentor de um débito podia usá-lo como forma de pagamento, transferindo-o para outra parte e sem haver troca de dinheiro. O sistema bancário romano estava presente em todas as regiões do império e possibilitava a troca de verbas avultadas em qualquer parte sem a necessidade de transferência física de moedas, o que diminuía o risco associado ao transporte. Ao longo de toda a história do império, só se tem conhecimento da existência de uma crise de crédito, ocorrida em 33 d.C., durante a qual o governo central interveio no mercado com um resgate bancário (mensas; mensae) de 100 milhões de sestércios.[183]
O governo central não pedia dinheiro emprestado: perante a inexistência de dívida pública, o défice tinha que ser financiado a partir de reservas monetárias.[185] Durante a crise do terceiro século, a diminuição do comércio de longa distância, a interrupção da mineração e a transferência de valores para o exterior por parte dos invasores reduziram significativamente o dinheiro em circulação.[186][183] Os imperadores das dinastias antonina e severadesvalorizaram drasticamente a moeda, particularmente o denário, devido à pressão com o pagamento de salários aos militares.[187] A súbita inflação durante o reinado de Cómodo (r. 180–192) colocou em risco o mercado de crédito. Embora a moeda romana tivesse sempre tido valor fiduciário, durante o reinado de Aureliano (r. 270–275) a crise económica atingiu o seu auge, fazendo com que os banqueiros perdessem a confiança no dinheiro emitido pelo governo central. Apesar de Diocleciano (r. 286–305) ter aplicado diversas reformas monetárias e ter introduzido o soldo de ouro, o mercado de crédito nunca recuperou o vigor anterior.[183]

Transportes e comunicações

Os romanos privilegiavam o transporte de mercadorias por via marítima ou fluvial, uma vez que o transporte por terra era mais difícil.[188] O Império Romano circundava o Mediterrâneo, o qual denominavam Mare Nostrum ("nosso mar").[189] As embarcações à vela romanas navegavam não só o Mediterrâneo, como todos os principais rios do império, entre os quais o Guadalquivir, o Ebro, o Ródano, o Reno, o Tibre e o Nilo.[190]
O transporte por via terrestre fazia uso de uma rede complexa e avançada de estradas romanas. Os impostos em género pagos pelas comunidades locais exigiam a deslocação frequente de funcionários administrativos, animais e veículos do curso público – o sistema estatal de correios e transportes implementado por Augusto.[106] A primeira via foi criada em 312 a.C. por Ápio Cláudio Cego, para ligar Roma à cidade de Cápua: a Via Ápia.[191] À medida que o império se expandiu, a administração adaptou o mesmo esquema nas províncias. No seu apogeu, a rede viária romana chegou a ter 400 000 km de estradas, 80 500 km das quais pavimentadas.[192][193]
A cada sete ou doze milhas romanas situava-se uma mansão (mansio), uma estação de serviço destinada ao curso público e funcionários do governo e mantida pelo estado. Entre os funcionários destes postos estavam condutores, secretários, ferreiros, um veterinário e alguns carteiros e polícias militares. A distância entre as mansões era determinada pela distância que uma carroça podia percorrer ao longo de um dia e algumas podiam crescer até se tornarem pequenas vilas ou entrepostos comerciais.[194] Para além das mansões, algumas tabernas ofereciam alojamento, restauração, rações animais e, eventualmente, serviços de prostituição.[195] Os animais de tração mais comuns eram as mulas, as quais viajavam a uma velocidade de quatro milhas por hora.[196] Para ter uma ideia do tempo de comunicação, um mensageiro precisava de nove dias para viajar entre Roma e Mogoncíaco, na província da Germânia Superior.[197] As estradas estavam balizadas por marcos miliários (miliaria) colocados em intervalos de cerca de mil passos (1480 metros). [198]

Mineração e metalurgia. Estima-se que em todo o império fossem extraídas anualmente 82 500 toneladas de ferro,[221] 15 000 toneladas de cobre, 80 000 toneladas de chumbo, 9 toneladas de ouro[222] e 200 toneladas de prata, valores que só seriam igualados durante a revolução industrial.[223] As principais regiões mineiras do império eram a Hispânia (ouro, prata, cobre, estanho e chumbo), a Gália (ouro, prata, ferro); a Britânia (ferro, chumbo, estanho), as províncias do Danúbio (ouro, ferro), a Macedónia e a Trácia (ouro, prata), e a Ásia menor (ouro, prata, ferro, estanho). A mineração em grande escala ocorreu entre o reinado de Augusto e o início do século III, período em que a instabilidade do império afetou a produção.[224]

Parte do processo de extração era mecanizada, utilizando a energia de azenhas para serrar pedra, fragmentar minério ou drenar as minas. Os romanos introduziram um sistema sofisticado de copelação para separar o ouro e a prata de outros metais, embora tenha sido a invenção e aplicação da mineração hidráulica que permitiu a extração a uma escala sem precedentes.[225][226] O combustível mais utilizado nas fundições era o carvão vegetal, embora em algumas regiões fosse extraído carvão mineral em grande quantidade.[227] No entanto, a contribuição mais significativa dos romanos para a metalurgia foi a introdução da produção em massa.[228] O principal método para a produção em série de objetos metálicos era a moldagem, na qual a forma pretendida era esculpida em madeira, cera ou metal e depois pressionada contra um molde de cerâmica, no qual era introduzido o metal em fusão.[225]

Religião

Após a crise republicana e a transição para o império, a religião do estado adaptou-se de forma a apoiar o novo regime. Augusto implementou um vasto programa de revivalismo e reformas religiosas. Os votos públicos, que anteriormente pediam às divindades a segurança da república, passaram a ser vocacionados para o bem-estar do imperador. O culto da personalidade vulgarizou novamente as práticas de veneração dos ancestrais e do génio – a divindade tutelar de cada indivíduo. Era possível ao próprio imperador tornar-se ainda em vida uma divindade de estado mediante uma votação no senado. O culto imperial, influenciado pela religião helenística, tornou-se uma das principais formas de Roma anunciar a sua presença nas províncias, cultivando em toda a extensão do império a lealdade e partilha da mesma identidade cultural.[229]

A religião romana



A religião na Roma Antiga engloba não só as práticas e crenças que os romanos viam como suas, mas também os diversos cultos importados para Roma e os cultos praticados nas províncias. Os romanos viam-se a si próprios como profundamente religiosos, atribuindo a sua prosperidade económica e militar à boa relação com os deuses (pax deorum). A religião arcaica que se acredita ter sido instituída pelos primeiros reis de Roma ofereceu os fundamentos do mos maiorum, ou "tradição", o código social basilar na identidade romana.[230] Não existia qualquer princípio análogo à separação Igreja-Estado e os lugares de sacerdote na religião do estado eram preenchidos pelas mesmas pessoas que ocupavam lugares na administração pública. Durante o período imperial, o pontífice máximo era o próprio imperador.[231]
A religião romana era prática e contratual, baseada no princípio do do ut es ("dou-te aquilo que possas oferecer"). A religião tinha como princípios o conhecimento e a prática correta da oração, dos rituais e do sacrifício, e não a  ou dogmas. Para o cidadão comum, a religião era parte do quotidiano.[232] A maioria das residências possuía um altar doméstico, no qual se realizavam as orações diárias e se ofereciam libações. As cidades eram pontuadas por altares de bairro e locais considerados sagrados, como nascentes de água e cavernas, e era comum que as pessoas fizessem um voto ou oferecessem alguns frutos quando passavam por um local de culto.[233][234] O calendário romano era organizado em função das comemorações religiosas. Durante o período imperial, havia 135 dias do ano dedicados a festividades religiosas e jogos (ludi).[235]
Uma das características da religião romana é o grande número de divindades a que prestavam culto[236][237] e a reverência em paralelo de divindades romanas com divindades locais.[232] A política de conquista romana consistia na assimilação de divindades e cultos dos povos conquistados, e não na sua erradicação.[238] Roma promovia a estabilidade entre os diversos povos através do apoio às diferentes heranças religiosas, construindo templos destinados a divindades locais que enquadravam as práticas autóctones na hierarquia da religião romana.[232][239][240][241] No apogeu do império, eram adoradas em Roma divindades internacionais, cujo culto tinha sido difundido para as mais remotas províncias, entre elas Cibele, Ísis, Epona e os deuses do monismo solar, como Mitra e Sol Invicto.[242]
As religiões de mistério, que ofereciam aos iniciados salvação após a morte, eram praticadas de forma complementar aos rituais familiares e à participação na religião pública. No entanto, os mistérios envolviam secretismo e juramentos exclusivos, que os conservadores romanos viam com desconfiança e como elementos característicos de magia, conspiração e atividade subversiva. Foram feitas diversas tentativas para suprimir seitas que aparentavam ameaçar a unidade e moral tradicionais, algumas delas de forma violenta. Na Gália foram feitas várias tentativas para controlar o poder dos druidas, inicialmente através da proibição dos cidadãos romanos em pertencer à ordem e depois através da proibição completa do druidismo. No entanto, as próprias tradições celtas foram reinterpretadas no contexto da teologia imperial, dando origem a uma nova religião galo-romana.[243]

Cristianização

Esta estela funerária do século IIIestá entre as mais antigas inscrições cristãs, escrita simultâneamente em grego e latim. A abreviatura "D.M." no topo refere-se a Di Manes, os espíritos tradicionais romanos da morte, mas é acompanhada pelo símbolo cristão
O rigor monoteísta do judaísmo colocava dificuldades à política de tolerância religiosa romana. A religião judaica, ao contrário da cristã, era considerada legítima (religio licita). No entanto, quando os conflitos políticos e religiosos se tornaram irreconciliáveis surgiram várias revoltas entre judeus e romanos. O cerco de Jerusalém, em 70, esteve na origem do saque ao templo da cidade e da dispersão do poder político judaico.[244] O cristianismo surgiu na província da Judeia no século I d.C. enquanto seita religiosa judaica. A religião expandiu-se gradualmente até Jerusalém, estabelecendo inicialmente centros importantes em Antioquia e Alexandria, e a partir daí por todo o império. As perseguições oficiais foram muito poucas e esporádicas e a maior parte dos martírios ocorreu por iniciativa de autoridades locais.[245][246][247][248][249][250]
Durante o início do século IV, Constantino tornou-se o primeiro imperador a converter-se ao cristianismo, dando início a uma era de hegemonia cristã. O imperador Juliano realizou uma breve tentativa de reavivar as religiões tradicionais e de reafirmar o estatuto especial do judaísmo. No entanto, em 391 e durante o governo de Teodósio, o cristianismo tornou-se a religião oficial do império, excluindo todas as outras. A partir do século II, os Padres da Igreja começaram a condenar as restantes práticas religiosas, denominando-as coletivamente por "pagãs".[251] Ao mesmo tempo, foram rejeitados apelos à tolerância religiosa por parte de tradicionalistas e o monoteísmo cristão tornou-se uma das características do domínio imperial. Todos os hereges e não cristãos estavam sujeitos a ser perseguidos ou excluídos da vida pública. No entanto, as práticas cristãs foram influenciadas por grande parte da hierarquia religiosa romana e por muitos aspetos dos rituais romanos, e muitas destas práticas sobrevivem ainda através de festivais e tradições locais cristãs.[252][253]


Esse império grandioso durou quase 500 anos ainda hoje apesar de historicamente ter sido destruido no ano 1453 desta era, deixou marcas indeléveis na história, na  cultura e em outras áreas do mundo moderno e sobrevive muito forte representado pelo Estado do Vaticano.
Mas gostaria de te chamar atenção para um fato muito importante que as duas profecias nos trazem: Tanto no sonho do rei Nabucodonosor, como nas visões de Daniel, não somente este reino, MAS TODOS OS REINOS HUMANOS serão completamente destruidos e deles nada restará. No lugar deles haverá um reino eterno cujo rei será nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores.
Roma se destacou nas guerras de conquista por sua violência e intransigência mas ao mesmo tempo foram políticos muito hábeis e sua influência até hoje se faz sentir especialmente na política religiosa a qual tendo seu representante maior o Papa a frente consegue manter suas bases em todas as nações do mundo moderno. Além da parte religiosa, seus representantes diplomáticos e com "status"  de embaixadores, os Nuncios Apostólicos assim como um grupo de cardeais tem o famoso passaporte vermelho que os cerca de muitos privilégios permitindo sua livre entrada e saida em quase todas as nações da terra sem nenhum tipo de fiscalização e é dessa forma que o dinheiro de todas as nunciaturas apostólicas sai direto para Roma. Esse poderio está aumentando cada dia mais e não temos duvidas que o próximo governo mundial, que deverá ser o último será patrocinado por aquilo que restou desse império.
Mas isso veremos nas próximas postagens.