S.O.S – AFRICA MISSION, é parte do Ministério S.O.S-ÁFRICA. No Brasil tem o nome de Missão S.O.S-ÁFRICA, com sede na cidade Maringá no Paraná e filiais no Rio de Janeiro e Rio Claro [SP].É com esse organismo missionário que o Pr.Eliel Gomes desenvolve sua atividade no sul e sudeste do continente africano, mais especialmente na África do Sul, Angola, Moçambique,Zimbabwe, Malawi, e na Índia.
Friday, December 23, 2011
NATAL AFRICANO
Quero te contar uma história de natal que você ainda não conhece.
Num dia qualquer há muito tempo atrás, numa pequena cidade de um país sul americano, nasceu um menino, o quinto filho de uma família muito pobre. O pai, funcionário publico, de forte ascendência europeia. A mãe, uma jovem guerreira amazonense, formada e moldada nas lutas do dia a dia, filha de pai cafuso, criada nas matas, um autêntica indígena. E dessa mistura de raças, sangues e tribos, nasce um menino. Mais um, entre milhões que nasceram naquele mesmo ano em todo o mundo. Podia ter sido na Ásia, na Europa, na África e provavelmente o destino teria sido o mesmo, mas Deus quis que fosse alí, e assim foi.
Criança pré destinada aos conflitos; meningite na mais tenra idade, suspeita de paralisia infantil, malárias muitas, desnutrição e por fim a orfandade, seguida de dois anos inteiros de um terror chamado internato para órfãos, que quase lhe fez perder a consciência da realidade e da identidade como pessoa.
A rudeza e a dureza de uma infância quase perdida poucas boas lembranças lhe trazem desse tempo. Um rede surrada, um mosquiteiro que remendava todas as noites por causa dos pernilongos que insistiam em tentar achar um pouco de sangue naquele corpo magro. E por fim o descobrir o que é a fome, quando ainda se tem apenas 7 anos de idade e isso nem sequer era tema de tese dos sociólogos que ainda viriam a surgir. Sair da rede e cair ao chão, sem forças; mas … já é de manhã, e por que tudo então está tão escuro? Não sinto sono … então por que não consigo levantar do chão? Era um arrastar-se continuo, dia após dia, até chegar a mesa de madeira rustica, erguer-se com dificuldades e apanhar o bule de café forte e bem doce, conseguir com dificuldade por um pouco no caneco de esmalte, e ao sorver os primeiros goles … o milagre! As forças voltavam. Foi assim que muito antes de entrar para a Universidade, ele descobriu a fome.
Muitos anos depois, já homem, e vivendo na África, rachou lenha, preparou sopa para crianças africanas e viu algumas delas com os mesmos sintomas que experimentara 30 anos anos. Ele sabia que aquilo não era uma doença, embora elas todas estivessem doentes. Um dia, num lugar ainda mais distante, acampado junto ao povo, ouviu um alvorôço, era uma menina que se contorcia caida no chão. É demônio diziam alguns, espíritos maus, afirmavam outros, mas de repente, sua mente voltou 40 anos e viu-se no lugar dela, contorcendo-se ao chão num esfôrço para sair dele. Saiu da barraca, apanhou um pouco d’água quente, deitou sobre uma caneca de esmalte com uma saquinha de chá e deu para a menina. Mais uma vez … o milagre de forças que voltavam. Não eram espíritos maus, nem demônios e muito menos fingimento, mas sim o fantasma da fome que aparecia diante dos seus olhos para lembrar-lhe que sua missão ainda não estava completa.
Nossa história não tem um final feliz pois ainda não chegou ao fim.
Mas hoje, 55 anos depois do dia em que pela primeira vez conviveu com a realidade da fome, este menino, agora chegando à velhice, com a ajuda de uns poucos, está cuidando para que 60 crianças africanas não convivam mais com a realidade da fome.
NATAL não vem empacotado para presente. Natal é como chamamos ao dia do maior presente que o mundo recebeu do seu criador.
Obrigado por seu amor, seu cuidado, sua cooperação.
Pastor – Eliel Gomes da Silva
Wednesday, December 21, 2011
LIBERDADE OU SERVIDÃO - A GRANDE ESCOLHA QUE SOMENTE O HOMEM PODE FAZER
O primeiro grande avivamento da história do povo de Israel conforme relatado no Cp35 de Gênesis, foi precedido de algumas importantes medidas adotadas por Jacó após receber de Deus a ordem para ir até Bethel e alí edificar um altar e celebrar um culto ao Senhor. Ele disse à sua família: “Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai os vossos vestidos” (Gn 35.2). Jacó sabia que comparecer perante o Senhor era algo muito sério, pois Deus é santo e tudo aquilo que juntamos e acumulamos ao longo da nossa vida: costumes, hábitos, uso de aderêços, maneira de vestir, etc. Embora aceites pelo mundo, nem sempre agradam a Deus. O povo, imediatamente, deu a ele também as arrecadas ou pendentes (brincos) que tinham no nariz e nas orelhas (Gn 35.3), objetos esses que juntamente com os ídolos, ele escondeu debaixo de um Carvalho (isto é muito significativo). Isso quer dizer que aqueles objetos nunca mais fariam parte do traje, vestuário ou uso da FAMILIA DE JACÓ. É interessante notar que Jacó não pregou nem exortou a ninguém acerca disso, apenas lhes disse: “Tirai os deuses estranhos… purificai-vos, e mudai os vossos vestidos”. Foi uma decisão voluntária deles, e veja bem, aquela familia, não tinha uma religião definida, não tinha uma liturgia de culto, pois isso ainda não existia, não possuia a LEI, que somente seria entregue aos seus descendentes cerca de 300 anos depois, e ainda assim, além de trazerem para Jacó os ídolos que eram fruto de uma convivência do cerca de 20 anos com a família de Labão, TROUXERAM TAMBÉM: brincos, pingentes, piercings, colares, pulseiras e tudo o mais que no entendimento deles, por terem sido constrangidos pelo Espirito Santo, não deveria fazer parte daquilo que se tras sobre o corpo, quando se comparece perante o Senhor.
Com o passar dos tempos, o povo após um longo periodo de vida no Egito (um tipo do mundo), adotou vários costumes dos egípcios inlusive quanto aos trajes, aderêços, religião, idolatria, etc. Pois é isso que o homem num mundo sem Deus acaba adquirindo. Inclusive o molde de um dos muitos ídolos do Egito, O BEZERRO, ou “ boi ápis”, um dos deuses da fertilidade e da força, e com esse molde, acabaram por fabricar e adorar UM BEZERRO DE OURO no triste episódio narrado em Êxodo 32.
Era comum entre os povos daqueles tempos escravisar seus semelhantes( parentes, vizinhos, estrangeiros, etc), por diferentes razões, ligadas a conquistas, finanças, desigualdade social, etc. Em caso de dívida familias inteiras acabavam por se tornar escravas da pessoa a quem deviam. Isso foi um costume muito praticado até uns 120 atrás em muitos países.
Havia em Israel dois tipos de escravos. O judeu escravo de outro judeu, assim como o estrangeiro, gentio ou cativo de Guerra. E havia também os escravos que eram comprados (Ex 21.2), assim como o que por ficar pobre se vendia a alguém, tornando-se seu escravo (Dt 15.12). Mas no caso especifíco do escravo ser Judeu, seu senhor somente podia mantê-lo nessa condição por seis anos. No sétimo ano ele deveria dar uma terra e dinheiro ao seu irmão de raça e mandá-lo sair livre (Dt 15.13,14). O escravo era chamado dentro da casa e mandado sair pela porta - LIVRE. Mas se o escravo, por amar seu patrão ou por gostar da vida de escravidão, não quizesse ir embora. O seu senhor então, tomava uma suvela ( um instrumento perfurante) e o colocava contra a porta da casa e furava a sua orelha, e assim ele nunca mais podia ir embora, ficava escravo para sempre. A ISSO CHAMAMOS DE O SERVO DA ORELHA FURADA. Uma escravidão voluntária, escolhida e para sempre. Não é demais fazer uma rápida alusão ao detalhe da porta, comparando-a com Cristo, pois Ele é a porta para a nossa liberdade. Não se daria o caso de muitos preferirem ficar naquilo que tem, e no que vivem porque amam isso mais do que a liberdade que o Senhor lhes quer dar?
Trazendo isso para o contexto da Igreja em nossos dias podemos verificar que a situação é muito semelhante. Muito daquilo que durante anos nos acostumamos a usar quando estavamos no mundo, não é o mais adequado para a nossa condição atual de Filhos de Deus (Jo 1.12), pois como novas criaturas, nascidos de novos, feitos não segundo a natureza carnal, mas segundo o Espírito Santo de Deus, muito daquilo que outrora faziamos, não se ajusta a nossa nova condição. De acordo com a Palavra de Deus, em Lv 21.4-6; havia regras específicas para os sacerdotes de modo geral que inclui não golpearem a sua carne. Diga-me uma coisa: TATUAGEM NÃO É FEITA COM PEQUENOS GOLPES SOBRE A PELE? Então, por que muitos cristãos mandam fazer tatuagens, outros furam suas orelhas para colocarem brincos, furam o nariz e outras partes do corpo para colocarem “piercings”. Será que o nosso Deus mudou? Para Ele, segundo a Sua Palavra, fomos feitos reino e sacerdotes (1Pe 2.9; Ap 1.6). Ao admitirmos o uso dessas coisas que são comuns ao mundo estamos renunciando nossa condição de filhos e declarando que queremos continuar como escravos.
A Igreja do Senhor é um lugar de pessoas livres, nela nada é obrigatório, o aceitar a condição de pecador condenado e a salvação na pessoa do Senhor Jesus Cristo, é um ato voluntário, Permanecer nela envolve um compromisso com Cristo e Sua Palavra e não com aquilo que os homens dizem ser certo ou errado. Ser cristão é ser um seguido de Jesus Cristo o Filho de Deus, e a Bíblia afirma que Ele foi obediente em tudo, até mesmo no morrer por nossa causa. Para ser o nosso resgatador Ele abriu mão da glória do Pai, da glória dos anjos, da segurança do Céu, pois isso era necessário. E nós… o que podemos fazer para que Ele se agrade de nós?
LIBERDADE OU SERVIDÃO, é a grande escolha que somente o homem pode fazer. E cabe a você leitor(a) tomar sua decisão. Se você deseja mesmo ir para o Céu e viver com Ele eternamente, RENUNCIE de uma vez por todas ao mundo com tudo aquilo que ele te oferece mas que contraria a vontade de Deus. Deixe de lado os costumes, hábitos e procedimentos mundanos. Examine a Palavra de Deus, busque intimidade com Deus, comece a andar como um verdadeiro cidadão dos cues, pois somente assim você poderá experimentar qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para a tua vida (Rm 12.2). Medite bem sobre tudo isto e que …
DEUS TE ABENÇOE
Tuesday, November 8, 2011
A PARÁBOLA DAS 10 VIRGENS
VOCÊ ESTÁ VIGIANDO?
Texto: Mt 25.1-13*
A parábola das 10 virgens é muito conhecida entre os cristãos, e muitas vezes citada e mencionada até mesmo por pessoas que não se consideram cristãs. O que faz disso um fato interessante é que embora esteja inserida no Novo Testamento e seja parte do ultimo sermão ministrado pelo Senhor Jesus antes do seu martírio; ela não se aplica diretamente à Igreja, mas sim explicitamente à nação judaica, pois foi dirigida diretamente para o povo de Israel. Sendo parte de um sermão profético, naturalmente que contém os elementos básicos da mensagem profética quais sejam: ENSINO, EXORTAÇÃO e CONSOLO.
O fato desta parábola não ser dirigida diretamente a Igreja, não significa dizer que ela não pode ser aplicada à mesma se o objetivo maior for despertamento, pois os mesmos elementos que geraram ou direcionaram essa parábola para os judeus estão ocorrendo hoje diante dos nossos olhos no Corpo Vivo de Cristo - A Igreja do Senhor. Você se surpreende com isso? Pois eu te digo: Não fique surpreso e muito menos ofendido, pois como pastor há mais de 20 anos e trafegando pelo meio da Igreja desde a minha mais tenra infância, te afirmo que gostaria muito de ter a convicção de que no nosso meio 50% esteja realmente preparado para o arrebatamento, e escrevo isso me referindo a Igreja como um todo, ou seja, do púlpito até a portaria. É por demais frustrante ver os rumos que a Igreja tem tomado especialmente nos últimos anos, é visivel o esfriamento, o adormecimento, a acomodação, a preocupação com o visivel e com o palpável, do que com as coisas celestiais. VOU TE DAR UM PEQUENO EXEMPLO: Conheço uma denominação que durante boa parte dos anos de sua existência, a oração sempre foi a tônica principal de toda a sua liturgia e operacionalidade, ao ponto de constituir grupos especiais chamados de CIRCULO DE ORAÇÃO, pois num dia determinado, esse grupo se reunia para orar, interceder, clamar e lutar pelo crescimento da obra de Deus. E sabes o que está acontecendo? Recentemente pude constatar em várias igrejas que nesse grupo de oração se transformou num grupo de cântico, para atender os chamados “congressos” e por causa disso, o tempo de oração foi sendo reduzido de tal forma, que em muitos não se ora mais, apenas se ENSAIA, pois afinal o grupo deve estar bem preparado para cantar nesse ou naquele evento!!! Ficaste surpreso, pois não fiques, eu gostaria de estar errado, mas infelizmente não estou. Pensa bem, pois este assunto não se esgota por aqui e a pergunta é a mesma: ESTAMOS NÓS VIGIANDO?
Certamente que o preâmbulo acima deve ter causado um certo “frisson” em alguns, sobrancelhas se ergueram, testas podem ter se enrugado, mas nada disso invalida o fato de que é extamente como narrei acima que está acontecendo em muitas igrejas evangélicas sejam elas tradicionais, pentecostais, neo pentecostais, renovadas, ou seja lá que nome se dão a sí próprias. Durante muitos anos eu ouvi de muitos ensinadores, professores e teólogos cristãos que a Parábola das 10 Virgens falava da estado espiritual da Igreja no momento do arrebatamento. Eu mesmo por mais de uma vez cometi esse erro, induzido que fui a ele pelos muitos anos de ensinamento errado que recebi. Durante muitos anos se ouviu em todo o mundo “tudo o que é bom para a américa é bom para o resto do mundo”; e como parte disso os teólogos norte americanos preparavam a comida eclesiástica, enlatavam e distribuiam para o resto do mundo. Sedentos e famintos, comiamos e bebiamos tudo o que nos mandavam sem dos darmos o trabalho de pesquisar se aquilo era verdade ou não, e por causa disso boa parte da Igreja está muito enferma hoje em todo o mundo, desnutrida, desidratada, mal alimentada espiritualmente. Isso sem esquecer dos movimentos e ondas do “espírito”que já vieram de lá. Quem nào lembra do movimento chamado de “Toronto Blessing”ou seja: A Benção de Toronto, no qual eu ouvi por diversas vezes pregadores daqueles lados afrimarem que aquele era o ultimo avivamento, o último vento do espírito que sopraria sobre a Igreja e quem não o recebesse perderia toda a unção e ficaria de fora do arrebatamento. Pois bem, O Toronto Blessing passou, com suas verdadeiras aulas de aberração espiritual, no qual os cristãos em vez de cultivar o falar em línguas legítimo e corroborado pela infalivel Palavra de Deus, saltavam como micos, cacarejavam como galinhas, mugiam como vacas, urravam como leões, fazendo sempre aquilo que o lider ou ministrador os induzia a fazer. Quem não recorda do movimento do “cai cai”? No qual os pregadores rodavam os casacos, sopravam nos microfones e uma multidão de desavisados caiam ao chão como se fossem folhas secas. Eu lembro do fenômeno dos dentes de ouro( que alguns bruxos, magos e curandeiros fazem sem problemas), do emagrecimento imediato, das chuvas de ouro, que curiosamente caiam apenas na cabeça das emperucadas senhoras que sentavam nos primeiros bancos, e isso porque eram do ministério local, ou convidadas importantes, e naturalmente a afirmação “do pregador”tinha que ser confirmada. Jamais ouvi que uma pessoa pobre teve ouro sobre a sua cabeça, mas vi em vários noticiários que o ouro desaparecia e nunca chegava ao final do culto. Que interessante não é? E mais recentemente há uma outra corrente, como sempre vinda daqueles lados da terra que prega e ensina com o acompanhamento de vários sinais milagrosos ( veja 2Ts 2.9-12), que Jesus Cristo não vem, que não vai haver arrebatamento e outras baboseiras desse tipo. Numa coisa estamos um pouco parecidos com as virgens da parábola; muitos estão dormindo e já é tempo de acordar, pois o relógio de Deus não para e muito em breve o brado do retorno do Rei Jesus vai soar (algo alias que tem sido uma das esperanças da Igreja e que alguns colegas nossos de repente decidiram nos tirar, ensinando que não vai haver o toque da trombeta ). Mas não quero polemizar, esta não é minha intenção.
Mas graças a Deus que estamos acordando, embora não sejamos nem de longe as virgens da parábola. Você deve estar curioso e se perguntando: Mas se não somos as virgens … quem somos então? Entendemos pela Palavra de Deus que a Igreja é a noiva do Cordeiro, e como tal ela é a pessoa mais importante, juntamente com o noivo por ocasião das Bôdas, isto é, do casamento. Fique tranquilo, você não é uma virgem, a Igreja não tem nada a ver com as virgens, ela é a Noiva de Cristo, este casamento vai acontecer, de maneira alguma a noiva vai ficar de fora das bôdas. Mas … para ser parte desse corpo glorioso chamado a noiva do Cordeiro, você precisa estar preparado, despertado, vigilante, atento a tudo o que acontece a tua volta. Nosso Deus é imutável em sí mesmo, e Ele afirma na Sua Palavra: “Certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas”. (Amós 3.7) Conquanto é possivel que o dia em sí ninguem possa deduzir, mas os sinais nos darão todas as indicações sobre a proximidade e a iminência desse dia.
Espero que você possa apreciar esta leitura, analizar o que escrevi a luz da Palavra de Deus e DESPERTAR, se ainda estás dormindo.
Johannesburg-Africa do Sul, 07/11/2011
Monday, November 7, 2011
QUAL O VERDADEIRO SENTIDO DO SUKKOT?
A FESTA DAS CABANAS - SUKKOT
Este é um tempo especial a cada ano, pois é tempo de celebrar o festival das cabanas (a festa dos tabernáculos). Esta é uma festa maravilhosa e um tempo de buscar e viver santidade e santificação para todos os judeus, pois vão estar abrigados dentro das sukkot( cabanas).
Além de estarmos entados na cabana e desfrutando a santidade desse espaço, é também importante lembrar a mensagem e as lições que estão por trás do simbolismo de estar na cabana.
O que a sukkah representa?
A sukkah representa o fato de que após sairmos do Egito cerca de 3320 anos atrás, levamos 40 anos no deserto.
Durante aquele tempo, nós fomos protegidos por aquilo que os nossos sábios chamam de “As nuvens da glória”, em hebraico: “Ananei Hakavod”. No Livro de Shermot (Exodus) somos ensinados que a nuvem acompanhava o nosso povo durante o dia e uma coluna de fogo pela noite. De acordo com o Talmud (A Interpretação da Lei), não havia apenas uma nuvem, mas eles estavam cercados de todos os lados por nuvens, e de acordo com um dos ensinamentos do Talmud, havia cerca de sete diferentes tipos de nuvens que os cercavam e protegiam: uma ao lado direito do povo, uma ao lado esquerdo, uma a frente, uma atrás, uma acima, uma sob seus pés, e mais uma que se movia a frente, mostrando o caminho por onde deveriam seguir. A nuvem sob os pés existia devido ao fato do piso ser duro, íngreme e irregular, inclusive com pedras, e dessa forma a nuvem tornava aquele caminho macio, literalmente eles caminhavam sobre uma nuvem, tornando o caminhar mais fácil e por isso os seus sapatos não se gastaram, visto que não havia atrito com o chão.
Lembramos desses milagres pois foi no deserto que os Israelitas foram especialmente bem cuidados. Não é fácil explicar como 3 milhões de pessoas foram alimentadas diariamente num deserto árido e extremamente quente. Dessa forma, grandes milagres tinham de acontecer. O Maná caia do céu, nascentes de água os acompanhavam por onde quer que fossem e eles ainda tinham as nuvens de glória. Essas nuvens de glória, preliminarmente os protegiam dos elementos das natureza; o Maná os provia de comida e nutrientes, assim como a água lhes aliviava a sede. Todas as suas várias necessidades foram supridas no deserto, e é disso que nos lembramos na sukkah. Alguns comentaristas afirmam que esses milagres foram muito maiores do que quaisquer outros em nossa história, porque outros milagres, embora grandes e importantes, como por exemplo a abertura do mar vermelho foram para solucionar um problema no momento, mas o viver sustentado no deserto aconteceu dia após dia durante 40 anos. E isso faz dele um milagre maior e mais importante.
O que é especial acerca das nuvens?
O mais interessante nesta celebração é que ela foca principalmente o milagre das nuvens de glória e não as nascentes de água, ou o Maná que caia do céu. Qual é a verdadeira mensagem por trás das nuvens de glória? De acordo com o Talmud quando você está sentado dentro da cabana, você está sobre e sob as nuvens de glória, tal qual os nossos antepassados estiveram no deserto.
Um de nossos comentaristas, Rav Mecklenberg, no seu livro, Haketav V’hakabbalah, acentua que havia leis acerca do teto da Sukkah, mas não havia leis acerca do piso dela, isso porque o piso estava abaixo de uma das nuvens de glória. Ele também aponta no entanto, que algumas dessas leis podiam ser aplicadas ao piso. Um dos requisitos da cobertura da cabana é que ela deveria prover mais sombra do que deixar passar a luz do sol. A espessura permitia que a chuva entrasse, mas não a luz do sol e prover sombra.
Como se pode medir sombra e sol?
A Lei Judaica halachah diz que tal pode ser medido pela sombra que está no chão da cabana, mesmo que se tenha mais galhos do que espaço no telhado, os raios solares produzem no chão mais sol do que sombra. Neste caso a sukkah é invalida. Então existem leis que se aplicam para o chão- A quantidade permissível de sombra e luz solar.
Então porque o milagre das nuvens de glória são o foco maior e não o Maná e a fonte de água?
O Sukkot é o único festival que não se refere a uma data ou evento especifico. Ele vai buscar fatos que aconteceram por 40 ano no deserto; como por exemplo o Pesach (a páscoa) lembra um acontecimento que teve lugar no dia 15 de Nissan [ +/- Abril] é o dia que celebramos a Páscoa. Cada uma de nossas festas está ligada a um acontecimento histórico especifico e por causa disto está conectado a um dia. Obviamente é importante ter em mente que no Judaismo as festas são mais profundas do que a história. A história é valiosa em termos dos principios morais eternos que nos são ensinados. Não lembramos apenas do evento histórico da saída do Egito, nós extraimos os princípios morais e a noção da importância do que é liberdade, dos grandes milagres de Deus, do fato que Deus interviu na historia e na sua preocupação acerca das necessidades do ser humano.
Questionando a data do Sukkot
O Sukkot, é uma festa que não está ligada a uma data específica. Pode ser realizada a qualquer altura do ano, então por que celebramos agora? Nós acabamos de sair do Rosh Ha Shana e do Yom Kippur ( o dia do perdão) e do mês hebraico de Tishrei[Agosto/ Setembro] que é cheio de dias santos.
Porque Deus escolheu colocar o Sukkot agora quando Ele podia ter feito isto para alguns meses depois?
Especialmente entreo dia de hoje e a Páscoa existem 6 meses sem festas da Torah.Temos festas rabinicas como Chanukah e Purim mas não temos nenhuma festa da Torah.
Vilna Gaon, um dos nossos maiores rabinos dos anos 1700 disse que o Sukkot podia ter sido em uma outra altura do ano, porque o sukkah existe para nos lembrar da grande jornada pelo deserto depois de deixar o Egito .
Esta festa das cabbanas poderia ter sido logo depois da Páscoa porque a Páscoa marca a saida do Egito no dia 15 de Nissan, nos quais os filhos de Israel foram para o deserto. As nuvens de glória primeiro apareceram quando o povo entrou no deserto. E diz Vilna Gaon que a festa dos tabernaculos deveria ser logo apos a celebração da Páscoa por causa do momento histórico. Embora as nuvens de glória acompanhassem o povo por 40 anos elas começaram logo apos a saida do Egito. Então porque este festival é agora e não apos a Páscoa?
*nota do tradudor: { Em muitos comentários não rabinicos ou judaicos lê-se que a Sukkot era uma festa primordialmente agrícola, pois estaria ligada ao fato da colheita de grãos, cerais, frutas, etc; mas na verdade isso constitui um erro de interpretação ou no minimo uma interpretação aprioristica e irrelevante do real motivo do Sukkot, pois no deserto o povo nunca soube o que foi plantar ou colher}
Vilna Gaon responde a pergunda dizendo que é verdade que as nuvens de glória começaram a acompanhar o povo quando deixaram o Egito. Portanto em algum lugar, ou num dado momento eles perderam as nuvens de glória – quando teria isso ocorrido? Sete semanas depois que deixaram o Egito eles receberam no Monte Sinai a Torah no dia 6 de Sivan. Quarenta dias depois eles fizeram o bezerro de ouro e o adoraram. Moisés desceu a montanha no dia 17 de Tamuz, viu o povo adorando o bezerro de ouro e partiu as tábuas da lei assim como declarou que o povo não era digno de receber a Torah.
No dia seguinte ele volta ao monte e suplica o perdão de Deus para o povo. Vilna Gaon afirma que no momento que eles adoraram o bezerro de ouro eles perderam as nuvens de glória, porque essas nuvens não protegiam apenas dos elementos mas proviam uma barreira de conforto contra todo o tipo de dificuldade, porque as elas, representavam a divina presença de Deus. Dessa forma quando o povo estava próximo de Deus ao deixar o Egito as nuvens estavam presentes. Quando pecaram adorando o bezerro de ouro a glória se foi pois eles tinham rejeitado Deus ao adorarem aquele simbolo dos deuses do Egito
Moisés subiu o monte e ficou por 80 dias, dois periodos de 40 dias e suplicou o perdão de Deus para o povo. Depois dos 80 dias ele volta trazendo a mensagem de perdão e o segundo conjunto das tábuas da lei. Ele voltou no 10º dia de Tishrei, no qual celebramos o Yom Kippur, o dia do perdão, porque neste dia Deus perdoou o povo do pecado do bezerro de ouro.
Logo após isso eles começam o processo de levantar fundos e juntar materiais necessários para a construção do tabernáculo do deserto que tambem implicava um tipo de penitência por causa do pecado do bezerro de ouro. Eles juntaram, selecionaram e começaram a construção do tabernáculo poucos dias depois do dia do perdão. E esse foi o dia em que as nuvens voltaram. Começam a contrução no dia 15 de Tishrei que é o primeiro dia do Sukkot. Assim afirma Vilna Gaon que a razão de celebrarmos Sukkot é porque nos lembra quando as nuvens de glória voltaram o que aconteceu no 15º de Tishrei, 5 dias depois do Yom Kippur. A festa das cabanas é portanto o aniversário do dia em que as nuvens de gl;oria voltaram para o povo
Envolvidos pela presença de Deus.
As nuvens de glória não existiam somente para atender necessidades fisicas, elas representavam a presença de Deus no meio do povo e ainda que Deus os acompanhava e eles estavam vivendo próximos Dele e da Sua presença. Elas ainda representam o fato que Deus nos deu a Torah. No livro de Deuteronomio 32.10 somos ditos: Achou-o na terra do deserto e no ermo solitário cheio de uivos; trouxe-o ao redor, intrui-o, guardou-o, como a menina do seu olho.
Estas palavras são parte de uma famosa canção que descreve a história e o destino do povo Judeu. Rashi diz que Ele os envolveu com as nuvens de glória. E acrescenta que mesmo no monte Sinai eles foram envolvidos, porque de acordo com o Talmud, Deus segurou a montanha acima das suas cabeças, e assim eles foram envolvidos no evento do recebimento da Torah.
Ha uma passagem no Talmud que diz que o fenômeno das nuvens não acontecia somente relacionado ao aspecto físico do deserto, sua sequidão e da dureza do clima por causa do qual elas vieram para protegê-los. Ela se refere tambem a dureza de uma terra perdida de um mundo sem a presença de Deus e de Suas leis as quais Ele revelara no monte Sinai.
Quando a presença de Deus e a sua revelação entraram no mundo através dos principios e das leis da Torah, essa presença foi seguida pelas nuvens de glória por 40 anos para nos resguardar e tambem nos proteger da presença santa de Deus. *(Isso significa dizer que o povo não teria conseguido sobreviver no deserto, não porque o deserto era hostil, árido e inóspito, mas sim porque a PRESENÇA DE DEUS é de tal forma santa, que sem as nuvens isso seria impossivel)
A Palavra Yelal que pode significar terra perdida também vem da palavra hebraica Layla que significa noite e a palavra Tohu é caos. E assim diz que antes que a Torah viesse ao mundo, antes que Deus sua presença e Seus principios viessem ao mundo havia caos e escuridão. Isto se refere a uma outra passagem no Talmud no qual Deus diz se vocês não aceitarem a Torah então vou fazer retornar para o mundo o caos e o vazio mencionados no livro de Gênesis no qual diz que havia caos, vazio e escuridão sobre o abismo.* (Nesse contexto, viver na sukkah era estar fora da possibilidade desse caos, escuridão e face do abismo)
Qual é a mensagem?
Somos ensinados de maneira profunda que a presença fisica destas nuvens de glória representam a presença de Deus no mundo, e os principios que ele revelou, suas leis e regras pelas quais devemos guiar nossa vida. As nuvens proclamam que sem a presença de Deus, das suas leis e princípios da existencia humana somente existem o caos, o vazio e o abismo. Uma terra desabitada porque está vazia. Não existe nada lá. Existem trevas sobre o abismo. O que é o ser humano? Nada mais que um acumulado de moléculas que entram no mundo para sobreviver. O recem nascido vem chorando e necessita de cuidados, e por toda nossa vida lutamos para sobreviver. A existência do homem sem a presença de Deus e das suas leis é patética. É um mundo embora fisicamente grande, apenas um buraco perdido no espaço com escuridão sobre o abismo. Qual o sentido disto? Com a presença de Deus e suas leis o mundo em que vivemos se transforma num palacio de um rei. E nossas almas são mandadas para este mundo para fazer o bem, e o bem que fazemos tem um valor e um significado eterno que é intocável pela morte. Isto faz da vida do ser humano algo valioso, digno e significativo.
As nuvens de glória entram neste mundo dificil da patética natureza da existência humana para dizer, que quando a vida esta contida dentro das nuvens da glória, da presença de Deus, de sua leis e seus principios ela é de fato elevada. Este pode ser o significado profundo por trás do termo Ananei Hakavod, nuvens de glória porque Kavod siginifica honra. Eles ( os judeus) deram honras a Deus mas elas (as nuvens) deram honra, glória e dignidade para nós seres humanos. Por estar vivendo dentro destas nuvens com a Palavra de Deus e seus desejos e viver num mundo com sentido, dignidade e valores eternos.
A existência do homem neste mundo pode ser explicada e justificada pelo fato da presença de Deus e pela missão que ele nos deu para vivermos de acordo com a sua vontade
O ponto central de nossas vidas
Que é o sentido profundo das cabanas? A razão pela qual focamos no milagre das nuvens e não nos milagres das fontes de água e do Maná, é que a vida não se resume apenas em estar atrás, suprir ou prover necessidades fisicas. As nuvens representam a missão da vida, no seu sentido mais profundo. Então neste aspecto enquanto o Shavuot que é o festival do recebimento da Torah, nos leva a identificar os princípios e teorias do bem estar do homem; o Sukkot é viver estes principios. Fala acerca da jornada pela vida a qual frequentemente é feita sobre duras e áridas condições e geralmente num contexto de grande dificuldade e adversidade. É viver corporalmente aquilo que o Judaismo é quando ele vem para vida. Tudo aquilo que vivemos é feito dentro da Sukkah e tudo que diz respeito a nossa vida é elevado porque Sukkot é acerca da vida ela mesma. Isto diz respeito a restringir tudo em nossas vidas dentro do contexto da Sukkah. E esta é a razão pela qual o grande simbolismo desse festival é o fato de fazermos uma caminhada a volta da Bima. Durante a festa das cabanas quando tomamos as 4 espécies de lulav e etrog, e adamos a volta da Bima, que é o lugar central no meio da sinagoga onde o rolo da torah é segurado e nós oramos pela chuva e por todo o sustento que precisamos. Nós andamos a volta da Torah que é o centro da nossa vida.
No final do Sukkot celebramos Simchat Torah aonde concluimos a leitura da Torah e nos alegramos. Nos primeiros dias do Sukkot tomamos nossos lulav e etrog e andamos a volta da Torah. No último dia do Simchat Torah caminhamos a volta de um Bima vazio 7 vezes carregando a Torah porque aquele Bima vazio diz o sábio Rav Soloveitchik representa a presença de Deus. Está vazio para mostrar a ausência de uma forma fisica.
O simbolismo dos circulos e de andar a volta é porque o centro da nossa existência é Deus suas leis e seus principios. Isto é a essência do ser humano e da condição humana; como seres humanos o sentido da nossa vida, o sentido da nossa missão e o seu propósito vem quando estamos enraizados em Deus e nos seus princípios. Esta é a mensagem central do Sukkot . É por isso que o Sukkot dentro todas as festas é descrito como um tempo para gozo e regozijo.
*Memorial escrito pelo Rabino Chefe da cidade de Johannesburg-África do Sul, ao qual são creditados todo o contexto e pesquisa.
*Traduzido pela Pastora Nadia Karina da Silva
Adaptado para o contexto da língua portuguesa, com adições e breves comentários ao texto original feitas pelo Pastor Eliel Gomes da Silva